O rapper Pras Michel, 53, ex-membro do lendário grupo de hip hop Fugees, foi condenado a 14 anos de prisão por participar de um complexo esquema de compra de influência política nos Estados Unidos, envolvendo as administrações de Barack Obama e Donald Trump.
A informação foi divulgada pela BBC, que informou que a sentença foi proferida nesta quinta-feira (20) pela juíza Colleen Kollar-Kotelly, em Washington, D.C.
Promotores pediam prisão perpétua
Os promotores do caso solicitaram prisão perpétua, alegando que Michel atuou como agente estrangeiro não registrado, obstruiu investigações e participou de esquemas ilegais de financiamento de campanhas eleitorais.
O julgamento ganhou destaque internacional por contar com depoimentos de personalidades como o ator Leonardo DiCaprio e o ex-procurador-geral dos EUA Jeff Sessions.
Esquema milionário e lobby para a China
Michel foi condenado por diversos crimes, entre eles:
violações de financiamento de campanha;
atuação como agente estrangeiro não registrado;
fraude bancária;
lobby secreto em nome do governo chinês;
obstrução da justiça.
Segundo os promotores, ele recebeu mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 539 milhões) do bilionário malaio Jho Low, usados para tentar influenciar decisões políticas nos EUA entre 2012 e 2017.
Defesa contesta decisão
O advogado de defesa, Peter Zeidenberg, afirmou à BBC que o veredito “não é sustentado por provas” e considerou a sentença desproporcional.
> “Não há justificativa para que o Sr. Michel seja escolhido a dedo dessa forma, exceto pela penalidade por ter optado por ir a julgamento”, disse o advogado.
Carreira e legado musical
Pras Michel ganhou fama mundial nos anos 1990 como integrante dos Fugees, ao lado de Wyclef Jean e Lauryn Hill. O grupo venceu o Grammy em 1997, incluindo o prêmio de Melhor Performance de R&B com “Killing Me Softly With His Song” e Melhor Álbum de Rap com “The Score”.
Em 1999, foi indicado novamente ao Grammy pela faixa “Ghetto Superstar”, sucesso em diversas paradas musicais.

